Erythrina speciosa e Erythrina velutina
"Se perguntarmos a qualquer pessoa qual é a planta chamada de eritrina ou mulungú, quase ninguém saberá responder, mas se mostrarmos a foto de uma delas florida, quase todo mundo a reconhecerá imediatamente".
A imagem desta flor parece onipresente ao olhar de todos.
Jamais eu pude imaginar que uma dessas plantas da minha infância iria me fornecer uma das sementes mais belas e exóticas pra eu trabalhar. Essa descoberta foi ao puro acaso, enquanto caminhava com um amigo também artesão, no bairro do Paraíso, ao de repente nos depararmos com algo diferente caído ao chão. Instantaneamente fomos atraídos por aqueles feijões vermelho escarlate, ainda presos em suas vagens.
É uma planta intimamente associada a beleza, muito comum em áreas rurais e também usada como planta ornamental no meio urbano, o mulungú também é conhecido como "corticeira, suinã, sinanduva, canivete, bucaré, muchôco e outros". Acontece que estes nomes populares são dedicados as espécies brasileiras do gênero Erythrina.
Depois que identifiquei aqueles belos feijões vermelhos, descobrí que também havia uma versão marrom. Logo percebi que em Resende sua oferta é bem grande e incorporei-os imediatamente ao meu inventário de sementes.
O mulungú (Erythrina speciosa) cresce até 4 m. como esse exemplar na cabeceira da passarela em Campos Elíseos |
Existem espécies que não passam de pequeno arbusto enquanto outras podem utrapassar os 20 metros. Elas são protagonistas de um fator que aumenta muito a sua importância, tanto ecológica quanto estética: suas flores não são apenas bonitas, elas também atraem muitas espécies de aves como beija-flor, cambaçica, sanhaço, periquitos e maritacas, abelhas de espécies nativas e européias, além de outros insetos.
A visita da cambaçica |
Visita de abelha nativa |
O gênero Erythrina compreende 115 espécies de plantas espalhadas por todo o mundo e destas, 70 espécies estão nas Américas. Ocorrem em regiões de clima tropical e até em regiões de clima temperado quente como ao Sul do continente africano, na Cordilheira do Himalaia e a sudeste dos Estados Unidos.
Erythrina velutina, contrastando as cores na Serra da Mantiqueira, onde ocorre com frequência. |
Existem 12 espécies de Erythrinas brasileiras e só na região nordeste ocorrem 8 espécies, que também podem ser chamadas de flor-de-candelabro devido ao formato de candelabro de seus belíssimos cachos de flores, de um vermelho vivo ou alaranjado. Outra característica marcante dessa beldade é que no período de floração perde todas as folhas, ficando apenas evidente os muitos cachos de um vermelho intenso e sedutor. O nome deste gênero de plantas tem origem no alfabeto grego, onde "erythros" significa "vermelho". São inclusive maceradas para obtenção de corante no tingimento de tecidos.
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Vagens secas, já sem as sementes |
Um dos frequentadores, o Beija flor Tesoura |
Essa Erythrina velutina do parque Zumbi tem cerca de 20m. altura |
A mesma, vista do outro lado do rio |
O nome mulungu vem do tupi, mussungú e do africano mulungu, que significa “pandeiro”, possivelmente pela batida no seu tronco oco emitir som. Foram eleitas as árvores símbolo da Embrapa Agrobiologia por possuírem diversas aplicações agrobiológicas. Produz alcalóides do grupo curare, utilizado pelos índios nas pescarias, para entorpecer os peixes. Sua casca é usada na medicina popular contra a tosse e afecções bucais.
conjunto colar/pulseira CJ203 |
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