24 de abril de 2015

Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum), mais imagens.


Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca


Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca


botões de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca


flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca



flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca


pétala da flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca



pistilo da flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) na cerca



Abelha arapuá na flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)

Abelhas arapuá na flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)



Insetos polinizando na flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)



Borboleta amarela na flor de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)





 Vagens verdes de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)



Vagens verdes e maduras de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)


Vagens secas de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)



Pêlos da vagem seca de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum)



Mucuna-preta: sementes e vagem seca




Descubra curiosidades surpreendentes sobre a vida e a utilidade das sementes empregadas no GeoAtelier


Mucuna-preta, agressiva restauradora de solos

Stizolobium aterrimum
Vamos conhecer a respeito dessa trepadeira de flores estonteantes e cobiçada na agricultura.

cacho de flores roxas mucuna-preta

Quem é chegado a plantar alguma coisa, mesmo que só um pouquinho, já deve ter lido ou ouvido falar em adubação verde, uma técnica relativamente simples e muito eficaz usada para melhorar as condições da terra onde vai se plantar. Existem registros da prática da adubação verde desde 1.200 a. C., durante a dinastia Chou, na antiga China e essa prática persiste e só vem aumentando no mundo moderno. E o que a mucuna-preta tem a ver com isso? Vou explicar:

Gravura representando a prática milenar dos chineses na agricultura.

A adubação verde consiste simplesmente em triturar e enterrar as plantas ainda vivas para que assim elas incorporem grandes melhorias no solo. Essass melhorias que a técnica proporciona aos agricultores são enormes, pra não dizer gigantescas, promovendo inclusive a retenção no solo, dos gases que provocam o efeito estufa. As plantas mais utilizadas para isso são da família das leguminosas (feijões em geral) porque elas tem um grande teor de proteína em suas folhas e raízes. Essa proteína ao se decompor acaba gerando nitrogênio, um dos nutrientes que as plantas mais necessitam, a letra N do conhecido adubo químico NPK. 

"Massa verde" picada e pronta para ser enterrada. 
Pois é, nos países tropicais e sub-tropicais a mucuna-preta é campeã quando o assunto é adubação verde. De crescimento ousado, pode produzir até 50 toneladas de massa verde em um hectare (10.000m²) e fixar biologicamente nesse solo, de 150 até 300  kg de nitrogênio. A adubação verde é orgânica e biológica, com vantagens indiscutíveis sobre a adubação química, sob o ponto de vista da saúde dos solos e dos cultivos, mas ambas podem complementar-se.


Folhas de tríplices de mucuna-preta
Folha trifoliada com folíolos grandes e membranosos

botões de flor de mucuna-preta
Os botões de flor indicam o melhor momento para ser picada e enterrada.

Pesquisas dividem opinião dos estudiosos sobre a origem desta planta. São apontados dois lugares completamente diferentes, um nas Antilhas-América central e outro na China-sudeste da Ásia. Também é denominada de velvet bean na Austrália, EUA e África do sul, de pica-pica na Venezuela, de  frijol terciopelo na América latina e de bengal bean na Índia. Existem ainda a mucuna-branca, a mucuna-rajada  e a mucuna-anã, com características parecidas.
A mucuna-preta pertence a uma família de plantas que tem a capacidade de não só usar, mas também fixar nitrogênio no solo, a família das leguminosas (leguminosae ou fabaceae). Ela é muito grande e extremamente bem suscedida, presente em quase todo o planeta, com excessão dos continentes ártico, antártico e algumas ilhas. Engloba  desde ervas rasteiras de poucos centímetros como alguns carrapichos, a acácia-rasteira, o trevo-branco e o gergelim-bravo, pequenos arbustos como a lentilha, o amendoim, o grão-de-bico e todos os feijões que comemos, passando por çipós enormes como o olho-de-boi, por árvores de médio porte como o pau-brasil, flamboyant e pata-de-vaca bem como as gigantes florestais, árvores que podem atingir os 30 metros de altura, a exemplo do tamarindo, jacarandá e do jatobá. 


folhas e flores de mucuna-preta em moirão de cerca
Conhecendo um pouquinho de taxonomia de sua flor: inflorescência composta de rácemos (cachos) axilares (que brotam bem ao lado do talo da folha) multifloridos, corolas (pétala) violáceas e sépalas brancas  (parte inicial da flor que dá suporte e sustenta as pétalas) ...

cacho de flores de mucuna-preta
Seu ciclo de vida é anual, ou seja, nasce, cresce, floresce, frutifica e morre todos os anos e suas sementes lançadas ao chão germinam então na próxima estação chuvosa, do ano seguinte.  É rústica, de crescimento bastante agressivo e rasteiro, emite ramos trepadores de muitos metros de comprimento, dominando rapidamente todo o espaço que ocupa, inibindo com eficiência as outras ervas concorrentes. Para essa trepadeira robusta o excesso de calor, sêca, sombra, acidês e infertilidade do solo não querem dizer quase nada.  Pode ser cultivada desde o nível do mar até 2100 metros de altitude, características que a tornam preferida para se plantar.

vagens verdes de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)


A poderosa pode ainda substituir o arado mecânico pois sua enorme trama de raízes penetram e perfuram, rompendo solos compactados enquanto combatem aos nematóides, espécie de verme predador de raízes, responsável por sérias perdas nos cultivos. Depois que a planta morre suas raízes vão se decompor e o espaço que elas abriram na terra ou lage compactada, dão lugar a galerias e matéria orgânica com ótimo teor de nutrientes, principalmente o nitrogênio e mais uma infinidade de pequenas e micro-criaturas, seres que são parte integrante e indispensável de uma terra "viva" e saudável.  A mucuna-preta também pode ser usada na alimentação do gado na forma de feno (seca) ou silagem (fermentada e úmida). Embora seu sabor tenha poucos atrativos, a alta produção de massa-verde com grande teor de proteína (mesmo em solos pobres)  a fazem excelente opção para integrar rações e misturas. Na alimentação humana, suas sementes ou feijões são impedidos por possuírem algumas toxinas, uma defesa da planta contra seus predadores. Então para ser consumida por nós seria necessário durante o seu cozimento, trocar-se a água. Curiosamente em alguns estados do nordeste brasileiro a população rural tem o hábito de consumi-la como café, depois de torrada e moída. Em experimentos coduzidos recentemente nos laboratórios da UFPB / CCA / Campus III -Areia PB, ficou comprovado que dessa maneira, ao serem torrados e usados como café, nenhuma toxidade foi constatada no produto, legitimizando assim esse hábito expontâneo dos nordestinos brasileiros, proveniente da velha e boa sabedoria popular.

mudas pequenas de mucuna-preta trepando na cerca
Mudinhas plantadas ao pé da cerca em meados de fevereiro/2015

pé adulto de mucuna-preta na cerca
...enquanto as que foram plantadas em novembro já haviam tomado toda a cerca.

Neste ano plantei minhas mucunas em duas vezes, em novembro/2014 e praticamente 3 meses depois, no final de fevereiro/2015, outra flexibilidade que essa espécie permite. Enterrei as sementes ao pé da cerca, visando tirar partido de seu hábito trepador e assim ganhar uma cerca-viva temporária. As mudinhas logo foram se enroscando... No início de maio já haviam muitos cachos de vagens verdes com algumas já madurando, enquanto que os pés plantados em fevereiro encontravam-se em plena floração e ávidamente procurados por muitas criaturinhas...


abelhas arapuás nas flores de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)
Arapuás, as anarquistas entre as abelhas: rasgam as sépalas e pétalas para atingirem o local do néctar. 


abelha ápis na flor de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)
Abelha do gênero Ápis ou européia/africana

Do pouco que pude observar, flagrei alguns visitantes recorrendo ao néctar e pólem de suas flores. Um pássaro, a cambacica, e muitos insetos desde moscas, abelhas, vespas e borboletas, com toda certeza apenas uma pequena parte de seus usuários alados, sem falar nos noturnos.


Abelha nativa mamangaba na flor de mucuna-preta
Abelha nativa mamangaba

pássaro amarelo cambacica na flor de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)
Cambaçica ( Coereba flaveola) 

vespa do gênero Polybia na flor de mucuna-preta
Vespa social do gênero Polybia

borboleta marrom pequena na flor de mucuna-preta
Borboleta marrom

mosca na flor de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)
Com tantas criaturas atuando na polinizção da mucuna-preta, é de se esperar uma grande quantidade de frutos (vagens) e sementes. Pois a cerca fartou-se de cachos e mais cachos dela.


Vagens de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum) na cerca


Cacho de vagens de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)  com 56cm., 33 vagens e 162 sementes
Cacho  com 56cm., 33 vagens e 162 sementes (e umas 7 pulseiras, he,he,he)

Vagens secas de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)



Mucuna-preta. Vagem se abrindo depois de seca

Após secar completamente a vagem literalmente estoura, lançando suas sementes a muitos metros de distância.

Sementes de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)



Sementes de mucuna-preta (Styzolobium aterrimum)











                                                       

Pulseira de sementes de mucuna-preta, flamboyant, saboneteira e bambú
PULSEIRA PS 17 (ver detalhes)



                                                                                                        


Alguns dos  sítios pesquisados:
www.youtube.com/watch?v=oblZTL1gICE
www.ruralnews.com.br/visualiza.php?id=289
www.deag.ufcg.edu.br/rbpa/rev22/Art221.pdf
pt.wikipedia.org/wiki/Aduba%C3%A7%C3%A3o_verde
www.agronomia.com.br/conteudo/artigos_leguminosas_tropicais_mucuna.htm


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11 de abril de 2015

Flamboyant, a árvore flamejante

Delonix regia
Sementes de flamboyant (Delonix regia)

Basta dar uma rápida olhada na foto de um pé de flamboyant florido para logo identificarmos esta árvore de nome tão requintado e de beleza inquestionável.  Flamboyant vem do francês e significa flamejante, devido ao vermelho intenso de suas flores. Ela é uma das preferidas quando o assunto é paisagismo urbano.

pé de flamboyant florido em praça de Resende-RJ
Um dos muitos flamboyants  na avenida Campos ElÍseos -Resende RJ
Aqui na região sudeste ela é utilizada a muito tempo (os primeiros exemplares foram trazidos para cá no século XIX), para ornamentação pública e não é difícil encontrar por ruas, praças e ao longo de estradas, grandes exemplares desta espécie. Ela cresce mais para os lados do que para cima podendo chegar aos 15 m. de altura, com um tronco de até de 90cm de diâmetro .


Vagens verdes de flamboyant



vagens de flamboyant mais altas que luminárias


Galhos de flamboyant com flores e vagens
Nova Floração com vagens do ano interior.

Floresce de outubro a dezembro e é quando derrama sua beleza escarlate, atraindo olhares onde quer que esteja. Frutifica depois em uma grande vagem achatada que pode chegar a 60 cm de comprimento. Essas vagens permanecem pelo período de até 6 meses na árvore, dotando-a de outra aparência, igualmente ornamental. Então, entre os meses de março a julho as vagens começam a se abrir, e aos poucos vão deixando cair suas pequenas sementes.


Vagem de flamboyant aberta expondo suas sementes

Essas sementes de coloração acastanhada e forma alongada são donas de um desenho raro. Nunca ultrapassam os 2 cm de comprimento e  são muito duras, quesito básico para a utilização no artesanato. Nos acessórios geralmente combinam bem com outras sementes de cores mais contrastadas, mas com algum talento pode ser o único componente utilizado na construção de uma peça. Podem ser furadas em tres sentidos diferentes e até serem fatiadas.


Galho e vagem de flamboyant  sobre via Dutra, Resende RJ


flor de flamboyant

Também conhecida como "flanboiaiã, ponciana real, flor-do-paraíso, pau rosa e acácia rubra", o flamboyant é nativo da Ilha de Madagascar e da África tropical, tendo se adaptado muito bem nas Américas e claro, por todo o Brasil. Em estado selvagem é considerada em extinção, mas encontra-se esparramada pelas cidades mundo afora, principalmente as de clima tropical. Com todo esse porte charmoso, é comum algumas pessoas adquirirem mudas pretendendo plantá-las em suas calçadas . Conforme ela vai crescendo, vai rachando e elevando todo o cimento, deixando essa calçada bastante quebrada e com um aspecto nada charmoso, nada ornamental, he, he.

raiz superficial de flamboyant
Possui raízes muito superficiais e não deve ser plantado muito próximo á construções

grande pé de flamboyant em praça de Resende RJ
Soberana, no início da avenida Ayrton Senna



PULSEIRA PS17 (ver detalhes)





Biojóia: brinco com sementes de flamboyant, guapuruvú, rosário, bambú e prata.
BRINCO  BR 026 (ver detalhes)


Detalhe de galho e vagem de flamboyant em Resende RJ



mais sobre Delonix Regia:
http://www.jardineiro.net/plantas/flamboyant-delonix-regia.html
http://revistagloborural.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,434910-1934-1,00.html



Descubra curiosidades surpreendentes sobre a vida e a utilidade das sementes empregadas no GeoAtelier